Estado de Israel




Introdução



A ocupação judaica da Palestina começou a ganhar força no final do século XIX, quando o mundo afro-asiático estava sendo partilhado pelas potências imperialistas. Esse processo, denominado Neo-colonialismo, foi característica fundamental do imperialismo, em uma época em que o Petróleo havia se transformado na principal fonte de energia e considerado determinante para o desenvolvimento industrial. O controle sobre os acessos e sobre a região do Oriente Médio tornou-se fundamental para as grandes potências capitalistas e o domínio turco-otomano tornou-se inconveniente. Nesse período, parte do mundo árabe-islâmico ainda estava sob domínio do Império turco-otomano.

Portanto percebe-se a Primeira Guerra Mundial e a derrota do Império Turco, como partes de um processo de expansão do imperialismo na região petrolífera do Oriente Médio.


Sionismo

Foi nesse contexto que nasceu na Europa o movimento sionista, articulado por lideranças da comunidade judaica internacional, com objetivo de construir um lar nacional judeu na Palestina. Tal movimento iniciou-se quando o escritor austríaco de origem judaica Theodor Herzl publicou o livro "O Estado Judeu", fato que impulsionou a realização do primeiro congresso sionista mundial em 1897.

Após a Primeira Guerra Mundial, os ingleses comprometeram-se a ajudar os judeus a construir um Estado livre e independente em território palestino, buscando, assim, enfraquecer os árabes e conquistar vantagens econômicas na região, pois apesar de possuírem religião e cultura típicas, as principais comunidades judaicas se desenvolveram no ocidente, integradas ao modelo de desenvolvimento capitalista definido a partir da Revolução Industrial européia, ao contrário dos povos árabes.

Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a compra de terras na Palestina por ricos judeus de todo mundo que começaram a reocupar a região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se consideravelmente a imigração judaica para a Palestina.




Palestina


Os atuais conflitos que assolam a Palestina têm diferentes motivos. O fator predominante é o interesse econômico que envolve as potencias capitalistas, interessadas em controlar essa região estratégica, aliadas ao Estado de Israel. Outro fator relaciona ao território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar e deve-se considerar ainda a questão cultural e à imposição de valores ocidentais às milenares tradições orientais.
As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida", enfrentando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo autônomo.
O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios problemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos.



Anti-semitismo


Alvos da crescente animosidade cristã, insuflada pela propaganda religiosa ao tempo das Cruzadas, os judeus das diversas cidades alemãs foram obrigados a se confinar num mesmo bairro para escaparem das perseguições e massacres coletivos (pogroms). Isolados em guetos, fiscalizados e taxados, os judeus diferenciaram-se do restante da população, tornando-se estrangeiros de fato, tanto assim que no século XIII começaram a falar uma forma especial de alemão, que se transformou num idioma original, o iídiche. Este isolamento despertou a fantasia popular que passou a acusá-los de práticas religiosas demoníacas, responsabilizando-os por crimes e epidemias.

Em 1848, os liberais exigiram a supressão das discriminações e foram bem-sucedidos. Os judeus participaram ativamente do movimento político; colaboraram nas eleições e promoveram demonstrações em Frankfurt. Por volta de 1860, pronunciaram-se abertamente pela unificação. Entusiasmados pelo progresso e estimulados pela política de Bismarck, os alemães aceitaram as modificações."
A desigualdade presente em lei deixou de existir em todo o território nacional em 1871.
Na prática, contudo, os judeus continuaram excluídos dos cargos militares e administrativos importantes, sendo compelidos às atividades pouco consideradas pelos alemães: jornalismo, política, profissões liberais, comércio e finanças.

O anti-semitismo voltou a ganhar força quando a depressão econômica de 1873 atingiu a Alemanha, castigando camponeses e grandes proprietários agrícolas, revoltados contra uma minoria beneficiada pela rápida industrialização. Aos poucos o ódio contra os judeus, transformados em símbolo do capitalismo apátrida e egoísta, tornou-se tema eleitoral de diversos partidos políticos, suplementado por teorias raciais popularizadas e simplificadas, no início do século XX, em jornais e pequenas brochuras.

A derrota militar das antigas classes dirigentes na Primeira Guerra e o surgimento da República favoreceram os judeus. As barreiras contra sua participação em certas profissões e funções públicas caíram, simultaneamente à proibição de emigrarem para as cidades. Todavia, num período marcado pelas duras condições do armistício, com inflação galopante e tentativas revolucionárias da extrema-esquerda, a rápida ascensão dos judeus apontava-os como os beneficiários da vitória dos Aliados.
No clima passional criado pela derrota, o racismo reapareceu com força. Os generais alemães publicaram suas memórias, culpando os israelitas pela ruína da Alemanha e responsabilizando-os por incutir no povo um sentimento de fraqueza e inferioridade. A campanha anti-semita intensificou-se em toda parte, nos movimentos da juventude, nas associações de antigos combatentes e nas agremiações profissionais.
"Em março de 1920, Kapp, um alto funcionário, tenta um golpe de Estado; domina a capital por algumas horas e apresenta um programa, que preve a expulsão dos judeus que entraram na Alemanha depois da guerra.





Holocausto

A palavra “Holocausto” é utilizada desde a década de 1980 para designar o extermínio em massa de minorias étnico-religiosas, deficientes, homossexuais e opositores políticos do regime nazista, destacando-se o extermínio de cerca de seis milhões de judeus, na Segunda Guerra Mundial.

O termo tem sua origem na palavra greco-latina holocaustum e significa "totalmente queimado" ou "vítima de um incêndio". Em Israel, até hoje é utilizado o termo secular hebraico Shoah, que significa "destruição" ou "catástrofe", inserido na Declaração de Independência do Estado de Israel, em maio de 1948.





Sob a doutrina racista do III Reich, cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração, especialmente preparados para matar em escala. Para os nazistas, aqueles que não possuíam sangue ariano não deveriam ser tratados como seres humanos. Estima-se que entre 5,1 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos durante a Segunda Guerra, o que representava na época cerca de 60% da população judaica na Europa.

Um ano após Hitler ter assumido o poder foram baixadas leis anti-judaicas iniciando o boicote econômico. Após a expulsão dos judeus poloneses da Alemanha, um jovem repatriado, Herschel Grynspan, assassinou em Paris o secretário da embaixada alemã, Ernst von Rath. Isso detonou entre os dias 9 e 11 de novembro de 1938 uma série de perseguições que ficaram conhecidas como a Noite dos Cristais. Centenas de sinagogas foram incendiadas, 20 mil judeus foram levados a campos de concentração e 91 foram mortos, segundo informações de fontes alemãs. Cerca de 7 mil lojas foram destruídas e os judeus ainda foram condenados a pagar uma multa de indenização de 1,5 bilhão de marcos.


Revisionismo


Se é verdade que o holocausto representa uma das maiores atrocidades do século XX, também é verdade que passou a ser explorado por grande parte da comunidade judaica internacional, que apela para o sentimentalismo para reforçar uma visão de “vítima” dos judeus, que requerem suas compensações. Desde então, a política sionista do Estado de Israel se baseia nessa tendência e procura reforçar os direitos dos judeus, particularmente no que toca à Palestina.

Por outro lado nas últimas décadas do século XX nasceu o “revisionismo”, a negação do holocausto, uma tentativa de achar uma legitimação acadêmica, ignorando seletivamente evidências e que sugere uma grande conspiração judaica que inventou o massacre e suas evidências, da qual todos os historiadores são coniventes e cúmplices. O objetivo real do "revisionismo" do holocausto é fazer do Nacional Socialismo uma alternativa política aceitável novamente.

ONU


Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a morte de milhões de judeus pelos nazistas, os britânicos delegam à Organização das Nações Unidas (ONU), a tarefa de solucionar os problemas entre árabes e judeus na Palestina. Sem consultar previamente a população da Palestina, em 29 de novembro de 1947, a resolução 181 da Assembléia Geral das Nações Unidas, considerando que a guerrilha e terrorismo de organizações judias ameaçavam a paz, decide pela divisão do território em dois Estados: os judeus receberiam 57% do território, enquanto que os árabes (que constituíam a maioria) ficariam com 43%. O Estado judeu (Israel), foi criado em 1948, mas o árabe jamais o foi, sempre impedido pela ação comum de Israel com os Estados Unidos, em total desrespeito a resoluções das Nações Unidas.


Em 14 de maio de 1948, David Bem-Gurion declarou a fundação do Estado de Israel, não aceita pelos Estados árabes limítrofes mais o Iraque, que no mesmo dia atacaram o recém fundado país, iniciando a primeira guerra árabe-israelense, que terminou em 1949 depois de seis meses, com a derrota da Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Transjordânia e Iraque), Israel estendeu seus domínios sobre a Galiléia e o deserto de Neguev. Pelos acordos de paz de 1949, a Transjordânia anexou a Cisjordânia, incluindo Jerusalém oriental, formando o reino Hachemita da Jordânia, enquanto que o Egito passou a administrar a faixa de Gaza.





Conflitos árabe-israelenses


A vitória de Israel e a imediata ampliação de seu território em cerca de 6 mil Km quadrados a mais do que o previsto pela ONU em 1947, provocou a fuga de um milhão de pessoas, dando início à Questão Palestina (luta contra a ocupação israelense e pela criação de um Estado palestino livre e soberano).

Mais três guerras seguiram-se entre as décadas de 1950 e 1970. Em 1956, o Egito presidido pelo arabista Gamal Abdel Nasser nacionalizou o canal de Suez (controlado pela Inglaterra), impedindo o seu uso por navios israelenses e isolando o porto de Eliat, maior receptor de petróleo para Israel na época. Israel declarou guerra ao Egito, ocupando a península do Sinai, a faixa de Gaza e reabrindo o porto de Eliat, enquanto o canal de Suez era atacado pela França e pelo Reino Unido. As forças dos três países foram obrigadas a se retirar, sob pressão da ONU, dos Estados Unidos e da União Soviética, fazendo com que Israel recuasse às fronteiras estabelecidas em 1949.

Em 1959 foi criada a Al-Fatah por Iasser Arafat, com objetivo de articular a luta armada para criação de um Estado palestino e em 1964 foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).






Em 1967, após mobilização de tropas árabes nas fronteiras de Israel, iniciou-se a Guerra dos Seis Dias, com o ataque de Israel ao Egito, Jordânia e Síria, conquistando a faixa de Gaza, Cisjordânia, colinas de Gola (da Síria) e o deserto do Sinai (do Egito). Apesar das resoluções da ONU, Israel não retirou suas tropas da Cisjordânia e da faixa de Gaza e instalou uma administração militar nos territórios palestinos ocupados, iniciando a implantação de colônias judaicas na região. Os palestinos ficaram confinados a apenas cerca de 25% das terras determinadas pela ONU quando da partilha da Palestina em 1947.

A terceira guerra árabe-israelense ocorreu em 1973 durante o feriado judeu do Yom Kippur (Dia do Perdão), quando Egito e Síria fizeram uma ofensiva surpresa que encontrou um contra-ataque fulminante e vitorioso por parte de Israel.

Em 1977, Israel iniciou conversações com o Egito, que intermediadas pelo presidente dos EUA, Jimmy Carter, culminaram na assinatura do acordo de Camp David (1978), pelo qual Israel se retirava do Sinai e o Egito se tornava o primeiro país do mundo árabe a reconhecer o Estado de Israel.


Expansionismo de Israel no Líbano


Com a desocupação do Sinai no sul, o expansionismo de Israel volta-se para o norte, com a invasão do Líbano em 1978, condenada pelo Conselho de Segurança da ONU, determinou a retirada israelense imediata e incondicional de todo território libanês até as fronteiras internacionalmente reconhecidas. A ONU constituiu também, uma força multinacional encarregada de auxiliar o governo do Líbano e restabelecer a paz e segurança na região. Além de não acatar a resolução da ONU, Israel consolidou sua ocupação, patrocinando a formação de uma milícia de mercenários cristãos.

A ocupação do Líbano foi ampliada em 1982, com o avanço de tropas até a capital Beirute, que provocou grande mortalidade e destruição, fez aumentar ainda mais a resistência árabe. Nessa ocasião ocorreu o massacre de mais de 2 mil palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila localizados numa região de Beirute controlada por Israel e pelas milícias cristãs libanesas do Exército do Sul do Líbano.

Com a resistência do povo do Líbano, Israel retirou-se parcialmente, recuando até o sul do país, continuando, contudo, a ocupar 10% do território libanês.

A correlação de forças no Líbano encontrava-se polarizada por muçulmanos apoiados pela Síria, que ocupava parte do país, e cristãos apoiados por Israel, que ocupava outra porção do território. A retirada de Israel, foi feita somente em 1985, mantendo, porém, cerca de mil soldados no sul. O povo desses territórios ocupados revoltou-se contra a tortura, a humilhação e a destruição de seus lares, formando a resistência libanesa, que encontrava amparo nas leis internacionais.

Em 1993, combatendo os guerrilheiros do Hisbollah, Israel bombardeou o Líbano, matando 130 libaneses e três anos depois, na operação intitulada Vinhas da Ira, contra o Hisbollah, morreram pelo menos mais 200 pessoas.



Imperialismo

Desde sua fundação, com apoio significativo da Inglaterra dos Estados Unidos, o Estado de Israel é o principal aliado das grandes potencias ocidentais na região do Oriente Médio. Essa situação é perceptível nos mais variados conflitos da região, que contaram e contam com a presença constante de tropas estadunidenses, mas também do ponto de vista comercial.

As comemorações dos 60 anos do Estado de Israel contaram com a histórica presença de um governante alemão, que pela primeira vez discursou no Parlamento do país. Nas palavras da Primeira ministra alemã Ângela Merkel:

"O assassinato em massa de seis milhões de judeus, feito em nome da Alemanha, trouxe sofrimento indescritível ao povo judeu, à Europa e a todo o mundo. O shoah (termo usado pelos israelenses para designar o Holocausto) enche os alemães de vergonha", disse.

"Eu me curvo diante dos sobreviventes e diante de todos os que os ajudaram a sobreviver. O rompimento com a civilização trazido pelo shoah não tem paralelos. Deixou feridas que ainda são sentidas hoje."

A Alemanha é o principal parceiro de comércio de Israel na Europa e tem as mesmas preocupações de Israel no que diz respeito ao programa nuclear do Irã.

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