Governo Ernesto Geisel (1974-1979) DM



    Estudou na Escola General Bento Gonçalves da Silva, no Colégio Militar de Porto Alegre e na Escola Militar do Realengo. Tornou-se segundo-tenente em 1928, tendo sido promovido a primeiro-tenente em agosto de 1930. Combateu as tropas leais ao governo Washington Luís na assim chamada “revolução de trinta”, o movimento político que colocou Getúlio Vargas no poder. Em 1938 se tornou instrutor de artilharia na Escola Militar do Realengo e, três anos depois, ingressou na Escola de Estado-Maior do Exército, onde permaneceu até 1943. Foi chefe da secretaria geral do Conselho de Segurança durante os dois primeiros anos do governo Eurico Gaspar Dutra. Em 1947, foi nomeado adido militar da embaixada brasileira no Uruguai e, um ano depois, foi promovido a tenente-coronel.

    Em 1952, tornou-se membro permanente da Escola Superior de Guerra (ESG) e, em abril de 1953, foi promovido a coronel. Em 1956, assumiu diversos cargos, tendo sido comandante do Segundo Grupo de Canhões Antiaéreos, chefe da Seção de Informações do Estado-Maior do Exército (EME) e representante do Ministério da Guerra no Conselho Nacional do Petróleo (CNP). Teve um papel destacado no movimento militar de 1964, que derrubou o presidente João Goulart. Após ser escolhido para a presidência, Castelo Branco escolheu Geisel para exercer a chefia do seu Gabinete Militar. Em 1966, Geisel foi promovido a general-de-exército.

    Enquanto ocupou o cargo de de chefe do Gabinete Militar do presidente Castelo Branco, Geisel foi encarregado de verificar denúncias de tortura, execução sumária e outros tratamentos cruéis dispensados aos opositores do regime. Também participou das decisões que levaram à cassação de governadores e deputados e ajudou a elaborar o anteprojeto da Constituição de 1967. Em março de 1967, tornou-se ministro do Superior Tribunal Militar e, entre 1969 e 1973, foi presidente da Petrobras. Foi escolhido presidente por meio de eleição indireta, e sua posse ocorreu no dia 15 de março de 1974. 


O governo Geisel foi marcado por um processo de transição à democracia, definido pelo presidente como uma abertura “lenta, gradual e segura”. Na realidade, o processo foi tortuoso e não gradual, passando por avanços e retrocessos alternados, embora o balanço geral tenha sido um arrefecimento da repressão e da perseguição política. Geisel alegou enfrentar, repetidas vezes, a oposição dos setores mais conservadores do exército, que pressionavam o governo constantemente a abandonar a distensão. Em 1974, foi permitida a propaganda política da oposição e, um ano depois, foi abolida a censura prévia à imprensa. Em 1975, contudo, ocorreu a morte do jornalista Vladimir Herzog no DOI-Codi de São Paulo, o que prejudicou seriamente a imagem do governo. Em 1976, proibiu-se a aparição de candidatos políticos na televisão e no rádio e, em 1977, foram reafirmadas as eleições indiretas para governador e foram criados os “senadores biônicos” pelo chamado “pacote de abril”. Em 1978, o governo enfrentou a primeira greve de metalúrgicos desde 1964. No final do mesmo ano, o governo revogou o AI-5.

    A política econômica do governo Geisel foi considerada “estatista”, tendo o presidente estimulado o crescimento das empresas estatais e das indústrias nacionais. Além disso, o presidente buscou contornar a crise do petróleo investindo no setor energético: a construção da hidrelétrica de Itaipu, o Programa Nacional do Álcool e o acordo nuclear Brasil-Alemanha foram realizados neste período. Na política externa, o presidente manteve uma orientação independente, tendo inclusive reconhecido o novo governo angolano de tendência comunista. O Brasil foi também o primeiro país a reconhecer o governo português formado após a Revolução dos Cravos.
   Geisel entregou o poder a seu sucessor, João Figueiredo, no dia 15 de março de 1979. Depois, foi presidente da Norquisa-Nordeste e do Conselho de Administração da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene). Morreu no dia 12 de setembro de 1996.

fonte: Acervo Estadão

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