Primeiro Reinado (1822-1831)
Primeiro Reinado é o período em que o imperador D. Pedro I esteve à frente do reino do Brasil – desde a proclamação da independência, em 7 de setembro de 1822 até sua abdicação ao trono, em 7 de abril de 1831.
Embora seu mandato inicial aparentasse distanciamento da colonização portuguesa, graças à independência do Brasil, D. Pedro I sofreu forte oposição de estados nordestinos, porque interferia diretamente nas negociações da elite local após a ruptura do envolvimento político-econômico com os antigos colonos. Além disso, algumas tropas portuguesas permaneciam no território brasileiro e eram contrários à mudança no sistema implantada pelo imperador.
Para estabelecer os novos rumos políticos que estava propondo, D. Pedro I exigiu que uma nova Constituição fosse redigida, contanto que enfatizasse seus poderes de mandatário. A Constituição de 1824 dava ao Imperador o direito de controlar as Câmaras Municipais e Conselhos Provinciais – inclusive o direito de fechá-las se fosse preciso – e a autonomia de nomear (e demitir) para cargos do governo quem quisesse (chamado Poder Moderador, criado pelo próprio D. Pedro I). Ou seja, em outras palavras o Brasil continuaria subjugado às vontades do império, resultando em um mandato centralizador, absolutista e de caráter despótico.
O liberalismo, que parecia ter tomado conta do discurso de D. Pedro I na proclamação da independência, estava ameaçado no país e seu governo era alvo de críticas na região nordestina, principalmente pelos liberais Cipriano José Barata e Frei Caneca, em Pernambuco. Pouco tempo depois de proclamar a Constituição de 1824, os liberais organizaram um motim que pretendia separar a região do Nordeste do poderio do Império, no episódio que ficou conhecido como Confederação do Equador.
Esse era apenas o primeiro episódio de uma série de manifestações que revelariam a repressão do Imperador. Entretanto, cada aversão deflagrada em seu mandato enfraquecia cada vez mais sua força política. Em 1825, perdera parte do território brasileiro na Guerra da Cisplatina pelo Uruguai, que três anos mais tarde proclamaria sua independência.
Em 1826, o rei de Portugal D. João VI morre e deixa uma incógnita que acabaria envolvendo seu filho D. Pedro I: a de quem assumiria o trono. Este acontecimento fez com que ele deixasse de lado as dificuldades sociais e políticas que o Brasil passava no momento, causando questionamentos nos moradores. Para eles, se ele se proclamava imperador do Brasil, não deveria se preocupar com os rumos de Portugal.
O desgaste com a situação política do Brasil comandado por D. Pedro I chegaria ao limite após o assassinato do jornalista liberal João Antonio Líbero Badaró, em novembro de 1830. Suspeito de estar envolvido em sua morte, graças às numerosas críticas do jornalista em relação ao governo imperial, D. Pedro I via sua popularidade declinar com as manifestações que tomavam conta da capital do país naquela época, o Rio de Janeiro.
Pressionado e sem apoio político, D. Pedro I abdicou do cargo de imperador em abril de 1831, deixando o Brasil sob comando da Regência enquanto seu filho Pedro de Alcântara, de 5 anos, atingia a maioridade.
Fonte: Historia Brasileira; Info Escola
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