
Para o romano, o bárbaro é antes de tudo um soldado.
frequentemente atribui-se o êxito das invasões a uma indiscutível superioridade
militar: cavalaria mais leve e rápida, domínio absoluto da então difícil arte
de forjar as armas. De fato, esses bárbaros combatem, ao que parece, de uma
maneira bem diferente dos romanos: arcos de cavaleiros hunos montados em
cavalos rápidos, espadas longas e lanças de cavaleiros vândalos ou alamanos,
gládios mais curtos de infantes francos. Mas o mobiliário funerário, encontrado
nos túmulos de cidadelas de soldados, indica com precisão apenas as armas de
francos, correspondentes ao período do século VI, bem posterior às primeiras
invasões. Essas armas são todas ofensivas: o machado de um só gume - o célebre
francisca - atirado de longe sobre o inimigo, a espada longa com dois gumes; o
gládio ou scaramax de um só gume. Gládios e espadas demonstram uma
desconcertante habilidade na arte de ligar os metais, de temperar o aço, de
soldar peças cuidadosamente produzidas. Essas armas trabalhadas com
extraordinário esmero, cujos punhos e bainhas são frequentemente decorados com
desenhos incrustados de fios de ouro ou prata e pedras preciosas, assumem então
um valor simbólico. Representam a sorte e o orgulho guerreiro. Bem mais tarde, as
chansons de geste e o ritual da cavalaria contam ainda com o amor do homem
livre por sua espada. Essas espadas e armas sobrepujam de longe as dos romanos,
muito inferiores; sobre o corpo feito de um fino folheado de várias lâminas de
ferro tenro e aços muito elásticos e sólidos, até oito ou dez às vezes, os
artesãos germânicos chapeavam e soldavam os gumes de aços temperados e
submetidos à cementação, extra duros, tão cortantes e resistentes como os aços
especiais atuais.
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